"Doutor Estranho no Multiverso da Loucura": Wanda critica machismo no trailer. Entenda! - Purebreak

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Entenda a crítica de Wanda ao machismo no trailer de 'Doutor Estranho 2'
Falta pouco para "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" estrear nos cinemas e o trailer do novo filme da Marvel Studios fez a internet surtar com tantas coisas que podem acontecer e com os personagens que podem aparecer no longa. Mas um dos pontos mais interessantes foi a fala de Wanda (Elizabeth Olsen) sobre a enxergarem como uma vilã por fazer a mesma coisa que outros homens fazem. Vem entender a importância dessa crítica!

Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) deve ser a grande vilã de "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura". Só que, como foi bem apontado por ela no trailer do novo longa da Marvel Studios, é importante questionarmos o porquê de colocarmos personagens como a Feiticeira Escarlate como vilã, enquanto outros, como Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e Homem-Aranha (Tom Holland), seguem sendo heróis, fazendo ações bem parecidas.

"Você quebra as regras e se torna o herói. Eu quebro e me torno a inimiga. Não parece justo", afirma Wanda ao final do teaser. A frase diz respeito ao fato da Feiticeira estar usando feitiços proibidos e mexendo com encantamentos perigosos. Mas vale lembrar que Estranho tampouco é a pessoa que mais respeita as regras. Desde o seu primeiro filme solo sabemos que Stephen é muito teimoso e faz o que quer, independente do que isso pode causar.

Homem-Aranha e Doutor Estranho fizeram o mesmo que Wanda

Realmente, o mago evoluiu muito desde os acontecimentos de "Doutor Estranho", mas quem consegue esquecer que em "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" o mesmo tentou realizar um feitiço perigoso que alteraria a memória de todas as pessoas do mundo só para que Peter Parker pudesse viver uma vida normal? E como isso se diferencia de Wanda usar a magia para tentar encontrar um pouco de felicidade, após todas as desgraças que aconteceram em sua vida?

Ninguém está tentando passar pano para o fato de que a personagem de Elizabeth Olsen errou feio ao aprisionar a população de Westview para que os moradores a ajudassem a criar a realidade perfeita da bruxa, ainda que ela estivesse sendo manipulada por Agatha Harkness (Kathryn Hahn). Só que quando é uma mulher que erra, as críticas são bem mais graves.

No mundo real isso não é diferente

E como diz o ditado: "a vida imita a arte e a arte imita a vida". Fora das histórias da Marvel Studios, mulheres do mundo todo são vítimas do patriarcado e seguem sendo muito mais criticadas do que homens, mesmo quando fazem basicamente a mesma coisa - ou ainda algo menos grave.

Os exemplos disso são diversos. Desde Taylor Swift, ao ser extremamente competente com a sua carreira e bolar estratégias inteligentíssimas e ser enxergada como fria e calculista, até Luísa Sonza, que é perseguida até hoje por boatos que inventaram sobre seu antigo relacionamento com Whindersson Nunes, por ficar com quem tem vontade e simplesmente por existir.

Quantos homens não fazem o mesmo que elas e nunca são criticados? No dia a dia, isso é mais comum. Seja ao se divertir com as amigas bebendo, sendo livre para ficar com quem quiser, ocupando altos cargos no trabalho e sendo uma chefe firme ou simplesmente demonstrando uma atitude confiante. Mulheres seguem sendo enxergadas como sem limites, oferecidas, controladoras, rígidas, arrogantes, enquanto os homens são divertidos, garanhões, determinados, justos, fortes e seguros de si. Por isso é fácil concordar com Wanda. De fato, "não parece justo".

Triste, louca, má ou vilã: Feiticeiras Escarlates são histórias

"Triste, louca ou má", cita a banda Francisco, el Hombre na canção de mesmo nome, para mostrar como o público feminino é definido por uma sociedade tão machista e patriarcal. E, assim como ela canta "Um homem não te define/ Sua casa não te define/ Sua carne não te define/ Você é seu próprio lar", quantas Feiticeiras Escarlate ainda não são tidas como vilãs por histórias contadas pelos homens? O controle da narrativa é algo que, pouco a pouco, a luta feminista tem conseguido retomar para as mulheres. Quem sabe em um futuro próximo a gente entenda como os conceitos de heróis e vilãs estão invertidos. Até mesmo em um filme de super-herói.