Racismo reverso não existe: veja os porquês - Purebreak

Por que o 'racismo reverso' não existe?
Você provavelmente já deve ter ouvido falar em "racismo reverso", sob a justificava de que brancos também sofrem racismo. Mas não é bem assim que funciona. Para entender por que o racismo reverso é um mito, é necessário saber primeiro a diferença que há entre racismo e preconceito e olhar para o abismo social e histórico que ainda separa pessoas de pele branca e de pele negra. Vamos lá?!

O discurso do "Racismo reverso" volta e meia surge no feed de noticias do Facebook, na timeline do Twitter ou no vídeo de algum youtuber por aí. Mas o que pessoas brancas chamam de Racismo contra elas, em outras palavras, nada mais é que um preconceito sem raízes históricas e sociais. Quando a pele branca é alvo de comentários pejorativos, não significa que aquela pessoa está sendo vítima de Racismo. A questão não é relativizar esses tipos de ofensas destinados, vez ou outra, a alguém branco. Mas sim entender por que esse Racismo "às avessas", do negro para o branco, não existe.

Afinal, o que é Racismo?

O preconceito a algo ou alguém pode se manifestar de diversas formas. O Racismo é uma delas. No entanto, é importante esclarecermos suas origens. Pode-se considerar que o Racismo parte do pressuposto de que pessoas essencialmente de pele negra são inferiores às outras. Isso é histórico e foi o ponto de partida para a escravidão de povos negros em várias sociedades.

Imagina ser tratado como inferior e subordinado ao outro pelo fato de ser negro? Pois essa é a base do Racismo.

Vamos aos números?

Séculos depois, os negros ainda sofrem com esse tipo de pensamento. Uma pesquisa de 2017 do Atlas da Violência mostrou que, no Brasil, a taxa de assassinatos de negros é duas vezes maior que a de brancos. As mulheres negras também estão mais suscetíveis à violência doméstica: 58,68%, de acordo com a Central de Atendimento à Mulher, em 2015.

Pesquisa mostra as diferenças nas taxas de homicídios entre brancos e negros

Como se não bastasse, no mercado de trabalho a questão racial ainda é um fator incisivo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2017, 67% dos negros recebiam 1,5 salário mínimo, enquanto entre os brancos, o percentual era de 45%.

Esse é o tipo de dado que dialoga bastante com o acesso à educação no país, claro. Pra se ter uma ideia, em 2017, o IBGE mostrou que as taxas de analfabetismo entre negros e pardos é praticamente o dobro em relação às pessoas brancas.

O que podemos concluir?

Diante de todos esses números dá pra perceber por que o racismo contra pessoas brancas não existe. O racismo é estrutural e afeta diretamente à realidade de pessoas negras. E tudo isso vem de lá de trás, onde criou-se a ideia de que a pele negra por si só era o bastante para inferiorizar alguém.

Algo a se pensar, né?!